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Repórter por paixão, curiosa por natureza e amante das boas histórias. Sempre à procura delas... vou eu! Há 6 anos (que bom que) têm sido assim. Quer trocar uma ideia? ritadecascia@yahoo.com.br

quinta-feira, 3 de junho de 2010

A cidade do berreiro

Esqueça o choro das crianças. No norte do Ceará o berro que mais se ouve é o de um animal típico do Nordeste: o bode. E o melhor: a população adora.

Na pequena Tejuçuoca, cidade a quase 150 quilômetros de Fortaleza, o bode é tratado como rei. Pode ser difícil acreditar, mas a cidade tem cerca de 16 mil moradores e uma média impressionante de um bode por habitante. A economia local, antes focada principalmente na agricultura, hoje gira em torno dele. E o bode tudo dá. Enquanto a parceira contribui com o leite vigoroso, a carne dele vira hambúrguer, lingüiça e até churrasco. Tudo, claro, muito apreciado pela comunidade.

O bichinho, que virou xodó em Tejuçuoca, acredite, é tido por muitos como de estimação. Vive nas casas e tem tratamento especial. Agora, ele se transformou em objeto de programa do governo. Estranho isso? Em Tejuçuoca, não! Em janeiro deste ano foi criado o bolsa-bode. Com ele, jovens de famílias incluídas no bolsa-família recebem uma ajuda mensal e toda a assistência para iniciar o próprio negócio. A idéia é gerar renda à população através do melhor amigo dela... o bode.

E as homenagens ao dono do maior berreiro da cidade não param por aí. Há nove anos, foi criada a Tejubode - hoje a maior feira de agronegócios do Norte e Nordeste. Na edição de 2010, o evento aconteceu entre os dias 21 e 23 de maio e reuniu centenas de pessoas. Tudo começa com um cortejo que pára a cidade. Tem também negócios, gastronomia, corrida com bonecos imitando bodes, shows à noite e muito mais.

O destaque? Optamos pelo concurso de bodes fantasiados. E olhe... eles ficam fofos. A cabra Bita, por exemplo, se transforma em uma noivinha linda, com direito a batom e tudo. Ora, Tejuçuoca é a capital cearense do bode, mas as cabras também estão com tudo. Melhor ainda está Tejuçuoca, renovada pelos animais e nem um pouco incomodada com o berreiro que ecoa pela cidade.