Sobre algo que não morre jamais
Um casal de idosos anda de braço dado por Copacabana. Está frio, mas não importa. Eles são, ou pelo menos estão felizes. Na lagoa Rodrigo de Freitas, uma jovem mãe de menos de 30 anos caminha empurrando o carrinho de bebê do filho, conversando com ele. E sim, ele entende.
- Veja quanta coisa bonita há no mundo...
E há mesmo. No Rio de Janeiro a beleza é ainda mais encantadora. Pelo menos na zona Sul. As montanhas são um charme, e aonde quer que você esteja, é extasiante olhar para cima e receber a bênção do Cristo.
No alto dos morros a vista é ainda mais deslumbrante. Só que lá, muita gente nem enxerga beleza. Lá, saber viver faz a diferença entre estar vivo ou morto. Lá é a terra dos band, pra não dizer o nome todo. Quem fala assim não é turista, não. É cearense como eu, mas moradora de uma cidade que, pra ela, não é assim tão maravilhosa.
A labuta no Rio já dura anos. A mulher, antes camareira de hotel, hoje vende côco num dos pontos mais nobres da cidade. Observa o vai e vem. E pensar em ir. Voltar. De vez. Pra terra do sol.
Mas antes é preciso convencer a filha adolescente a deixar um Rio tão cheio de contrastes, e ainda assim extraordinariamente belo e instigante, rumo ao Nordeste. Para a vendedora que fala da família que mora no Ceará com olhos brilhantes, aquela pode até não ser uma cidade maravilhosa, mas, para ela, é a terra da esperança. E esperança ninguém rouba de ninguém.
Amém.
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